O dia começou a bordo da carreira de autocarro que diariamente transporta gratuitamente os espectadores do torneio vindos de Lisboa. Logo à saída da A5, encontrámos pela primeira vez uma fila de carros para o parque de estacionamento do complexo desportivo do Jamor. A razão da enchente: no complexo do Estádio Nacional, além do Estoril Open, iria ter lugar durante o dia um evento religioso.
No Centralito, os assistentes de campo e o pessoal da televisão faziam os últimos preparativos antes do jogo entre Llagostera e Arn.
Uma pequena régie improvisada ao ar livre.
O jogo começou em ponto às 12h, debaixo de um céu limpo.
A espanhola Nuria, na imagem, começou bem o encontro, com uma vantagem de três jogos contra nada, logo nos primeiros minutos. Llagostera parecia estar disposta a despachar o assunto o mais rapidamente possível.
Mas a alemã Greta Arn, na imagem, não tinha pressas. Mais descontraída, reflectida e segura do que a sua adversária, Arn conseguiu dar a volta ao resultado e colocar Nuria na defensiva.
Impaciente, Llagostera começou a fazer erros em momentos essenciais e a entregar a vantagem à alemã.
Por alguma razão obscura, eu não queria realmente que Arn vencesse, mas não foi só ao resultado que a tenista alemã deu a volta - a mim também. Era impossível não admirar a calma e descontracção que mostrou ao longo do jogo, chegando mesmo a sorrir quando cometia erros.
Outra táctica inteligente de Arn: deixar qualquer dúvida ou queixa em relação às jogadas da adversária para o fim do encontro. Os ganhos de credibilidade renderam-lhe algumas decisões favoráveis da árbitra, especialmente na última fase do jogo. Na imagem, Nuria permanece junto à rede, descrente em relação a uma decisão sobre a validade da jogada anterior (em relação à qual eu próprio tive dúvidas, para ser sincero).
Nuria Llagostera nos últimos minutos do encontro, a servir para ficar em jogo.
Arn conseguiu quebrar o seu serviço e assim ganhar o jogo, apesar da claque espanhola presente no Centralito.
Arn disputa amanhã o título de campeã do Estoril Open com Victoria Azarenka, que hoje, à mesma hora, no Court Central, derrubava a favorita Lucie Safarova, por 6-4 6-0 (um resultado que revela algum desequilíbrio). Como já tinha visto estas duas tenistas jogar, resolvi apostar no encontro entre Arn e Llagostera.
Os Fingertips a actuarem no stand da RFM. Ao fundo, as torres de iluminação do Estádio Nacional do Jamor.
No Court Central, enquanto a primeira meia-final masculina não começava, o Sapo ia fazendo a animação do público, usando o já referido canhão de bolas de ténis.
Casa cheia para assistir ao embate entre Djokovic e Robredo.
O encontro dos dois tenistas entre os 10 melhores do mundo prometia ter proporções épicas, mas acabou por ser menos emocionante e contestado do que jogos anteriores faziam antever.
Eusébio entre o público presente no Court Central, para ver o sérvio "encarnado", Novak Djokovic.
O primeiro set foi a melhor parte do encontro, com algumas jogadas brilhantes de Djokovic.
Típico de Robredo, desperdiçar uma vantagem.
O primeiro set foi jogado até ao fim.
O ténis não junta só adversários desportistas. No camarote de João Lagos, Marcelo Rebelo de Sousa e Pedro Santana Lopes estavam sentados a uma cadeira de distância.
A palavra mais ouvida no decorrer de um encontro típico envolvendo Tommy Robredo: "Deuce". Sim, sou um espectador impaciente.
Desta feita, porém, a expressão "Match Point" surgiu inesperadamente mais cedo no encontro. Robredo, apesar do esforço e determinação que mostrou nos últimos encontros, estava a poucos momentos de ser eliminado às mãos de Djokovic.
Djokovic a servir para ganhar o encontro, 7-5 6-1.
Djokovic vai agora disputar o título do torneio com o francês Gasquet.
Pouco depois, davam entrada em campo o duo de franceses que, antes mesmo de decidirem entre si quem passaria à final, já tinham feito história no Estoril Open: pela primeira vez nas 18 edições do torneio, um francês chega à final.
Aos 17 minutos de jogo, todavia, os franceses fazem história novamente, ao tornarem esta meia-final a mais curta de sempre do Estoril Open. Inesperadamente, e sem que nada o fizesse prever, Mathieu troca algumas palavras com o árbitro e entra no campo do seu adversário e amigo, Richard Gasquet.
Numa questão de segundos, os dois jogadores arrumaram as suas raquetes e abandonaram juntos o Court Central, deixando para trás um público estupefacto e confuso.
Nos camarotes, a reacção foi a mesma, de espanto e desorientação.
João Lagos foi visto de imediato a alcançar o seu telemóvel.
Saberia-se mais tarde que Mathieu abandonou o encontro devido ao agravamento de uma lesão muscular na perna direita. Já no exterior do complexo de ténis do Jamor, o fim da acção nos courts coincidiu com o fim do serviço religioso realizado no Estádio Nacional.