A minha "cobertura" da final chegou a correr o risco de não acontecer. Por inépcia minha, não me certifiquei atempadamente que a minha credencial ainda seria válida para o Court Central durante a final masculina, uma vez que, com o estádio cheio, os verdadeiros espectadores "oficiais" (aqueles com bilhete) teriam obviamente prioridade. Já me estava a acomodar para ver o encontro no ecrã gigante existente na esplanada do recinto, quando a intervenção de algumas pessoas assegurou que teria esta história para contar.
O melhor da história é mesmo o lugar que foi arranjado à pressa ( = numa altura em que os jogadores já faziam o aquecimento) para que pudesse assistir à final. Quando dei por mim, estava sentado na margem direita do campo, entre os apanha-bolas e os fotojornalistas. Para quem estava preparado para ver o jogo da esplanada, ou das bancadas superiores como tinha vindo a ser hábito, este foi o "upgrade" mais sortudo e inusitado que alguma vez me aconteceu. Para este "espectador oficial", nenhum lugar é melhor do que um onde nem sequer há espectadores.
(Vistos de perto, Gasquet - em cima - e Djokovic parecem verdadeiros contorcionistas. Clicar para ampliar.)
De resto, era simultaneamente o melhor e o pior lugar do estádio. Daquela posição, a meros metros da acção, é possível ouvir tudo o que os jogadores dizem e realmente observar as suas reacções. A perspectiva é dramaticamente diferente daquela que se tem das bancadas, e isso, além do facto de não conseguir ver quase nada do que acontecia no outro lado da rede, afectou necessariamente as minhas impressões do encontro. Àquela distância, os jogadores parecem mais humanos e os seus erros mais compreensíveis.
Por último, precisei de alguns bons 20 minutos até perder o receio de ser expulso dali a qualquer momento. As dezenas de fotografias que tirei dos jogadores a servirem são o resultado do fascínio e da incredulidade que senti por estar onde estava. Garanto-vos que não verão melhores fotografias entre as piores fotografias que foram feitas do encontro a partir de um telemóvel com câmara fotográfica :-)
O meu eterno agradecimento a quem, sem pensar sequer muito nisso, me proporcionou este "espectáculo". Jonas, Inês, Rita e organização do Estoril Open.